Aula Aberta com Anselm Jappe
O betão armado como arma de construção maciça do capitalismo. Existem alternativas?
Quarta-feira, dia 28 de Maio de 2025, 17h
Aula Magna da FBAUP
O betão armado é, desde há muito, um símbolo da modernidade. Barato, fácil de utilizar, higiénico, adequado para edifícios de qualquer dimensão. Parece satisfazer todas as necessidades: para sustentar a mania de grandeza dos poderosos, mas também para construir numerosas habitações sociais ou de “auto-construção”. No entanto, há já algum tempo que são criticados os seus numerosos defeitos, desde os impactos sobre a saúde até às suas fracas qualidades térmicas, à sua rápida obsolescência, às emissões de CO2, à extração de areia, às grandes quantidades de detritos, ao elevado consumo de solos, etc. Os edifícios de betão são muitas vezes considerados esteticamente feios e social e psicologicamente alienantes. Mas qual poderia ser a alternativa? Poderá ser a arquitetura “vernacular”, em que habitações com mil tradições são construídas com materiais locais e por artesãos locais, duráveis e com excelente desempenho térmico?

Anselm Jappe (1962) é autor de Guy Debord (2001, em português Antígona 2008), As Aventuras da Mercadoria (2003, em português Antígona 2006), L’Avant-garde inacceptable. Réflexions sur Guy Debord (2004), Crédito à morte (2011, em português Hedra 2013, e parcialmente com Antigona com o título Sobre a balsa da Medusa, 2012), A Sociedade autofágica. Capitalismo, desmesura e autodestruição (2017, em português Antigona 2019), Uma conspiração permanente contra o mundo. Reflexões sobre Guy Debord e os Situacionistas (Antígona 2014), O betão. Arma de construção maciça do capitalismo (2020, em português Antígona 2022). É professor de estética na Escola Superior de Arte de Roma (Itália). Dá regularmente palestras em universidades europeias e latino-americanas. Os seus interesses de investigação incluem a história das vanguardas artísticas (com especial destaque para o movimento situacionista) e as ligações entre estética e política, bem como os desenvolvimentos no capitalismo contemporâneo. Tem contribuído para o desenvolvimento da “crítica do valor” através das revistas alemãs Krisis e Exit! e de traduções.