Federico L. Silvestre

O devir artístico contemporâneo é tão transbordante que todas as categorias herdadas se tornaram demasiado pequenas para o assimilar. Por um lado, essa ideia de arte revela-se uma noção demasiado larga que se liga tanto ao design como à técnica e à infinidade de actividades humanas que engloba, ou seja, não só com o que se trabalha desde a História da Arte, mas também com o que é estudado na História da Técnica e na Antropologia Cultural. Mas, por outro lado, é hoje um conceito demasiado localizado e restritivo, algo que, em teoria, só é feito por alguns humanos em relação com os museus e galerias, e sempre a partir das escolas e academias de arte. Retirar a ideia de criação dos museus e do frágil ecossistema das Belas-Artes não só ajuda a questionar este ponto de partida, como também nos permite delinear uma ciência das operações genéticas mais alargada mas melhor delimitada.